18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Números alarmantes, subnotificações, dificuldades de percepção são apontados como as dificuldades desta batalha, em contrapartida as ações para combate começam com um trabalho eficiente por meio da prevenção, políticas públicas adequadas e união da sociedade para proteção dos menores. Mas tudo isso parece óbvio. Quero trazer aqui uma reflexão sobre a área que atuo como empreendedora e gestora desde 2008: o turismo.
No Brasil em 2022, já foram feitas 4.486 denúncias de violações de direitos humanos contra crianças e adolescentes ligadas a situações de violência sexual, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. De janeiro a dezembro de 2021, foram 18.681 registros contabilizados entre as denúncias recebidas pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.
Se os abusos no geral são subnotificados e pouco noticiados, o abuso de crianças e adolescentes que envolve interesse financeiro está mais escondido ainda. Um único dado oficial do DISQUE 100 de 2018, separa cerca de 4 mil casos de EXPLORAÇÃO, das 17 mil denúncias de abuso recebidas. Além disso, recentemente o país ocupou o 2º lugar no ranking mundial de exploração sexual de menores.
Enquanto no abuso estamos falando que não há um padrão para identificar os crimes, que podem acontecer em qualquer lugar ou classe social e que a solução está em mais oportunidades, acesso à educação, saúde, cultura e independência financeira com famílias mais saudáveis, e crianças e adolescentes crescendo em ambientes de respeito e dignidade, ressaltando que o cuidado com à saúde mental é imprescindível.
Na exploração sexual de crianças e adolescentes estamos falando de atividade comercial (vejam que termo triste), que acontece em pontos facilmente mapeáveis de rodovias e locais de acesso público. Seria bem mais fácil combater à exploração sexual, em um esforço conjunto de autoridades e nunca fechar os olhos. Por isso, sempre falo da importância de organizar e formalizar receptivos turísticos, tendo agentes, hospedagem, transportador e guias registrados e capacitados para inibir e denunciar qualquer prática errada. Com uma atividade turística mais organizada e capacitada haverá mais proteção às vítimas, além de todos os outros benefícios que já sabemos.
Na última quarta-feira 11, a convite do amigo Walcinyr Bragatto, participei da abertura da campanha “Não Pode”, na Prefeitura de São Carlos, a iniciativa veio com o objetivo de sensibilizar a população contra o abuso e exploração dos menores. Um mês inteiro de atividades de sensibilização em uma atitude corajosa.
É sempre muito bom estar com pessoas que dividem a mesma luta. Lembrando que a proteção de menores é uma missão coletiva.
Todos os esforços são necessários nessa luta em todas as áreas. Precisamos sempre manter o olhar atento. E eu sempre estarei pronta e trabalhando para proteção de nossas crianças e adolescentes.
Fonte: Agência Brasil